No nosso terceiro dia de viagem, alugamos um carro (R$100,00 a diária em Jan/2013) e nos dirigimos para a região do Cariri. A intenção era visitar o Lajedo do Pai Mateus. Eu sabia que “no caminho” ficavam as Itacoatiaras* do Ingá, mais conhecidas como Pedra do Ingá, a uns 97 km de João Pessoa. Com o google maps impresso e o GPS ligado, lá fomos nós! Não foi difícil achar o lugar, mas tivemos que pedir informação quando chegamos em Ingá.
Na entrada do sítio arqueológico, “há um prédio de apoio aos visitantes, com banheiros e instalações de um museu de História Natural, com vários fósseis e utensílios líticos, que foram encontrados na região onde hoje fica a cidade. O Sítio Arqueológico está numa área outrora privada, que foi doada ao Governo Federal brasileiro e, posteriormente, tombada como Monumento Nacional pelo extinto Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (atual IPHAN) a 30 de novembro de 1944.” (fonte: Wikipédia)
Na verdade, quando lá chegamos, este museu de História Natural estava desativado. O lugar estaria completamente abandonado se não fosse um casal de idosos que cuidam e demonstram um grande amor pelo lugar. A entrada é gratuita e este casal vende garrafas de mel, água, biscoitos e um livro sobre uma teoria das inscrições nas rochas. Fiquei com vontade de chorar ao perceber o quanto o nosso país não dá valor aos nossos monumentos e sítios históricos. Se fosse em outro país, o lugar estaria cercado, com avisos para não tocar a rocha e com filas imensas para visitar o local. Eu só fiquei sabendo da existência da Pedra do Ingá porque fiz muita pesquisa para a minha viagem querendo descobrir atividades diferentes para fazer. A Pedra do Ingá e o Lajedo do Pai Mateus (próximo post) não estão no circuito básico do turismo na Paraíba e eu não entendo o porquê.
Um blog que achei na net com informações interessantes e com o horário de visitação foi o http://pedradoinga.blogspot.com.br/. Apesar de o blog sugerir o agendamento da visita, nós não fizemos isto, mas logicamente, chegamos no horário de funcionamento. Só nós e mais três estrangeiros visitando o local. Quando estávamos partindo é que vimos um pequeno grupo de paraibanos chegando.
Como acho interessantíssimo ver pinturas rupestres (vide post de Aruba em que visitamos uma caverna com este tipo de pintura), adorei a possibilidade de ver algo assim aqui no Brasil. Quando constatei que, na verdade, não era pintura e sim inscrições talhadas em baixo-relevo, fiquei enlouquecida! 🙂 Gente, as inscrições são muito “loucas”! Datam aproximadamente 5.000 anos!!! São completamente diferentes das imagens que vi em Aruba, por exemplo. Há várias teorias sobre a origem destas gravuras – de fenícios a extraterrestres – mas ninguém sabe ao certo.
Não é super maneiro sair da mesmice da praia e ver algo assim?! Eu A-D-O-R-E-I e super indico!!! Como em 30 minutos você conhece o local onde estão as rochas e o sítio está bem longe de Jampa, sugiro conciliar este passeio com a visita ao Lajedo do Mateus (que é magnífico), servindo como um pit-stop para descansar um pouquinho da estrada e usar o toilet! 😉
Agora, fique com as fotografias…
E aí, o que me diz deste lugar? Não é no mínimo interessante?! 😉
* Itacoatiara é um vocábulo indígena que significa pedra pintada, pedra escrita. Procede do tupi ou nheengatu itá: pedra; e coatiara: pintado, gravado, escrito, esculpido. (fonte: Wikipédia)
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Que lugar lindinho, Ana! Amo piscinas de pedras. Favoritadissimo!! Abraços,
Paula
Adorei esta paisagem, Paula! Pena que aquela água estava parada ali há um tempão, então, sem hipótese de banho! 🙁 Bjs!
Pois é, Ana Paula. Eu conheço o pessoal de Ingá, os meninos são gente super esforçada e interessada em procurar manter aquele lugar. A Secretaria de Turismo, encabeçada pelo Valdir (Vavá) da Luz foi transferida pra lá desde 2014 ou 15, algo assim.
Eu não estou em contato dioturno com os meninos, apenas vou lá uma vez por ano e procuro ajudar na divulgação aqui em PE. Sou amigo do Dennis Mota e do Marquinhos, que administram o espaço. Aquilo é a maior dificuldade, houve todo um histórico de depredação até pelo menos os anos 80, até pedreira se instalou até 1954.
Não temos o direito “dourar a pílula”. Eu e eles, a gente sabe dos problemas. Esse ano de 2012 houve o fechamento do museu e realmente foi uma falha isso não ter sido divulgado em site de Governo do Estado, da Secretaria de Cultura ou Turismo da Paraíba, ou o que seja. Óbvio que ninguém tem obrigação de saber as coisas, nem sobre Ingá, nem sobre lugar nenhum. As coisas têm que ser ditas pra que se saiba.
Eu vou lá desde setembro de 2011. Fui em Janeiro de 2012 antes de fecharem e depois reabriram em ’13.
É importante mesmo você colocar as coisas da forma como colocou. Aquele papo que eu coloquei: ninguém deve “dourar a pílula”.
Pra não me alongar muito aqui, (que também o comentário já tá gigantesco) existe uma TAG, no Reverso do Mundo, “Pedra do Ingá” na barra lateral, ou vc pode fazer a busca tb. Você verá os posts que eu já fiz lá.
Só deixando claro que não sou membro de nada lá, nunca recebi contrapartida de nenhum tipo, apenas colaboro por amizade.
Abraço!
Muito legal o seu depoimento, Leonardo!
A Pedra do Ingá é fantástica! E, realmente, mais pessoas deveriam conhecer! 🙂
Pois é Ana, eu, à distância tenho procurado ajudar.
De fato, tudo aquilo lá, e tantas coisas no país, estão a anos luz aquém de como deveriam ser. Mas a gente tem falar. O seu relato emocionado em alguns trechos, é um pouco como eu me sinto também, muitas vezes.
Abraço e tudo de bom pra vc e pros seus projetos.
Obrigada, você Leonardo, pela participação aqui no entreviagens! 🙂